sábado, 14 de julho de 2012

Muquém


Agora pasma dona Candace lê a carta: - Que Olorum nos dê força pra resistir. Que novos Zumbis nasçam de  



nossas entranhas para se fazer cumprir a justiça, sementes foram plantadas mesmo regadas a sangue darão



frutos. Que os orixás nos protejam sempre para novas batalhas. Hoje é tempo de recolher para juntar forças,



sou Dandara de Luanda, filha do rei Kezúlo, sou rainha de Palmares, Palmares, Palmares!


“... Vim de Luanda meu pai é rei Eu sou princesa negra minha Palavra é lei. Vim de Luanda, meu pai é rei, eu sou princesa negra minha palavra é lei. Bate tambor bate atabaque, repica agogô na imensidão... Hoje o decreto diz seja livre e feliz minha palavra é lei...”


E assim todo desfecho desta história: Dona Candace pertencia a quarta geração, ou seja, tataraneta de Candace, primeira filha da rainha Dandara. Tamanha felicidade do povo de Muquém por terem encontrado sua


identidade no lugar que vivia. Dona Candace foi nomeada rainha de Muquém. Agradecida por tamanha


coroação passa seu posto de rainha para sua neta mais nova Dandara, que recebeu esse nome em homenagem
 
a lendária rainha do Quilombo dos Palmares. A jovem capoeirista guiada por Iansã ordena que fosse feita uma grande festa ao rei xangô.






É nesse enredo lúdico, cheio de lendas, crenças e mistérios que a montagem se inspira e concebe um  

espetáculo cuja proposta é despertar no público o interesse em se questionar: O que de fato seria ficção ou realidade?

Quem somos nós? De onde viemos? Quem são nossos antepassados? A que lugar eu pertenço? Porque Muquém existe.

E seu povo ainda vive.


Texto de: Jadiel Ferreira


Nenhum comentário:

Postar um comentário