sábado, 14 de julho de 2012

Trajetória (continuação do enredo)


Dandara teve quatro filhas: Ketula, Aquatune, Zinga 
 e  Candace, constituindo assim um legado de princesas, uma
 corte real. Várias gerações se passaram e as mulheres de
Muquém ficaram conhecidas por sua beleza e bravura, além
 de se destacarem na arte da fabricação de esculturas em barro.

O grande momento dessa história se dá quando as mulheres
desse Mocambo se reúnem para celebração do ritual da fertilidade dedicado a Oxum, construíram um pequeno lago
no centro da tribo para suas oferendas. Ao cavarem e despejarem água, eis que surge do fundo da terra, assim
como um ventre fecundado, um parto, uma moringa e potes revestidos de couro de animal. A notícia logo se espalhou, um
milagre teria acontecido. Era um presente de seus ancestrais.



Dona Candace, curandeiro e uma das moradoras mais antigas de Muquém, respeitada por todos. Quando perguntada sobre o que fazer, ordenou que todos se reunissem, acendesse a fogueira, tocassem os tambores sagrados e cantassem para
 Exu, Ogum, Iansã e Xangô.






Com a sabedoria de seus cabelos brancos pediu que quebrassem os potes. Cientes que teriam ali ouro e
diamantes, o povo fica desapontado com as lanças, roupas e
colares empoeirados pelo tempo, mas o que eles não poderiam imaginar é que teriam sido da rainha de Palmares.
Então dona Candace eleva seu rosto para o céu cantando para
Oxalá, pois um novo tempo estava por vir.

Em suas mãos, segura uma moringa com o formato de um rosto,
grifada com búzios o nome Rainha Dandara. Serena, retira o texto de dentro da moringa. Nele consta o orikí (poema)
contando a origem da rainha Dandara e os nomes que pretendia dar a seus futuros filhos:
Ketula, Aquatune, Isis, Zinga e Candace.

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